segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O amor pode terminar?


O amor precisa ser nutrido por fatos

Quando tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10 mil casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2 mil casais.
«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações pelas quais ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».
Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».
Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: «O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso». Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: «Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa».
Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.
Contudo, para os cristãos, sua realidade resplandece como o sol. Quem encontrou seu pleno significado foi o evangelista São João. Por que ele é o único dos apóstolos que, por mais vezes, se declara o “discípulo amado” por Jesus? A resposta é simples e... deslumbrante: porque foi ele quem escreveu a página mais comovedora da Bíblia e fez a descoberta mais revolucionária da história: «Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele» (1Jo 4,16).
Mas, o que é o amor? Eis a resposta de São João: «Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por Ele. O amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e nos enviou o seu Filho para nos libertar de nossos pecados» (1Jo 4,9-10).
Para São João, amar é dar o que de melhor existe no coração humano – sem dúvida, fruto do sacrifício – para que a pessoa que está ao lado tenha uma vida digna e plena. Assim como faz Deus, que oferece o que de mais precioso tem: Seu Filho Jesus. Amar é sair de si mesmo, é esvaziar-se de seus interesses para que o outro se liberte e se promova, em seu sentido mais verdadeiro e profundo. Por isso, o amor exige autodomínio e heroísmo ao pedir que nos coloquemos diante de cada pessoa sem levar em conta as emoções, as mágoas, os apegos e os preconceitos que se aninham em nosso coração. Amar é tomar sempre a iniciativa: «Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho».
O amor humano, embora bonito, misterioso e arrebatador, não é suficiente para preencher o espírito humano. Se é indispensável para iniciar um casamento, é insuficiente para mantê-lo de pé a vida inteira: «O fato de sermos amados por Deus enche-nos de alegria. O amor humano encontra sua plenitude quando participa do amor divino, do amor de Jesus que se entrega solidariamente por nós em seu amor pleno até o fim» (Documento de Aparecida, 117).
O que pode acabar – às vezes, com uma rapidez tão espantosa que se transforma em seu contrário – é a emoção, o sentimento, a emotividade. Mas o amor verdadeiro nunca termina, simplesmente porque se identifica com Deus. Nessa simbiose divina, ele passa a ter a fisionomia de Deus: paciente e prestativo, humilde e perseverante, misericordioso e gratuito: «Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (Cf. I Cor 13,4-7).

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados - MS



Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12468

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário!

Blog Shalom - Carmadélio

Noticias - Mundo

Publicidade e divulgação

Tempos Litúrgicos e festas

Tempos Litúrgicos e festas

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Canção Nova FM

Labels

namoro Bento XVI juventude amor amar Sexo Deus JMJ 2008 Formação Vídeo Amizade Jovens evangelizar internet Eleições InFORMAÇÃO Notícias Partilha Pessoal Santos oração relacionamentos Amizade com Deus Clipe Jovem Quaresma Radicais castidade mulher sexualidade Bíblia Eucaristia Homossexualidade Igreja JMJ 2011 Jesus Paz Pornografia Rádio Radical felicidade ficar homem homossexualismo namorar pecado radical santidade vontade de Deus voz de Deus Ano novo Beato João Paulo II Comportamento Cristãos Curiosidade Espírito Santo Futuro Missionariedade Novidades do Blog Palestras em Vídeo Páscoa Reflexão Relacionamento com Deus Rezar Vocação amigos ato sexual chamado chat coração desânimo dicas erótico jejum limites matrimônio música ouvir paixão reconciliação saudade sentido ser católico tecnologia testemunho vontade 1 ano 1º de Janeiro de 2011 AIDS Advento Alegria Arte Bate-papo Beatos Blogueiros Confissão Cristo Decepção Dependência Dia dos Namorados Divirta-se Drogas Encíclica Evangelho Evangelho em Cordel Feliz Natal Guias Humor Jornada Liturgia Maria Mensagem Mensagem de Páscoa Mentira Moysés Azevedo Natal Natal 2008 Nome Onomástico Para saber Perdoar Prof. Felipe Aquino Práticas de Jejum Razão Religiosidade Revolução Jesus 2011 Rosa de Saron Sacramento Santa Teresa de Jesus Santa Teresinha Semana Santa Sempre Jovem Velhice Futuo Solidão Tempo Tempo Litírgico Tentação Tríduo Pascal Verdade Virgindade aba afetividade anel de compromisso anunciadores apego aprender atual beleza bendizer camisinha celebração celular construir derrota diferente encontro entender erros escolha espaço eterno história homilia inimigo livre memória missão moda mudança ouvidos palavras pecados capitais pessoas preconceito preservativos promiscuidade próximo pureza quem sou eu radicalidade evangélica reconhecimento de si reportagem rock santificar sensualidade silêncio sofrimento talentos temor transar valor valores vencer virtude vitória