terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Natal, origem e tradições

- A Igreja, na sua missão evangelizadora, quis dedicar um tempo para aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus, tempo este que conhecemos como o Natal. 

O dia 25 de Dezembro não é, necessariamente, a data histórica do nascimento de Jesus em Belém, na Judéia, no ano 748 da fundação de Roma. O "Dies Natalis" ou "Natalis Domini" foi marcado no dia 25 de Dezembro pela Igreja, com o Papa Libério, desde o século IV, a fim de suplantar a festa pagã do deus Sol, "Dies natalis invicti solis", celebrada no solstício de Inverno. 

A própria designação de Natal parece ter maior conexão com a tradição cristã, do latim "Natalis" que significa nascimento. No entanto, existem muitas outras versões para a origem da palavra, algumas das quais saídas da tradição pagã, como a de "Noio hel" que significa Novo Sol. 
Por outro lado, a árvore que antes era adorada por si própria ou como símbolo de vida, foi associada à celebração cristã. Para afastar os fiéis da prática de festas idolátricas, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração do seu nascimento na carne humana é a solenidade própria para afirmar a autêntica fé no mistério da Encarnação do "Verbo", solenemente afirmada nos quatro concílios ecumênicos de Nicéia, Éfeso, Calcedônia e Constantinopla contra as grandes heresias cristológicas. 

Os primeiros dados históricos relativos à festa do nascimento de Jesus Cristo remontam ao ano 336, em Roma. A eles estão ligados dois acontecimentos determinantes: o Édito de Milão, em 313, pelo qual o imperador romano Constantino deu liberdade de culto aos cristãos, e a existência de uma festa pagã, iniciada por Aureliano, no ano de 274, a 25 de Dezembro, em que se divinizava o sol, comemorando-se o seu "nascimento". Na Igreja do Oriente, o Natal, como manifestação ou "Epifania" de Jesus, celebra-se no dia 6 de Janeiro. 

A solenidade da Epifania passou para o Ocidente nos finais do século IV, pretendendo-se celebrar a vinda dos magos, a consequente manifestação de Jesus Cristo como Senhor de todos os povos, luz do mundo. Os textos bíblicos não especificam o dia ou mês do nascimento de Jesus. Segun- Natal, origem e tradições captada por São Lucas (2,4- 7), o nascimento de Jesus aconteceu em Belém de Judá, a terra do rei David, de cuja linhagem era José, o esposo de Maria. Nos Evangelhos se afirma que Maria "deu à luz um filho e [José] pôs-lhe o nome de Jesus" (Mt 1,25) e que Maria "teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria" (Lc 2,7). 

A tradição cristã situa o nascimento numa gruta, dado que vem de vários evangelhos apócrifos. O Livro da Infância do Salvador, dependente do influente Protoevangelho de Tiago (séc. II), queria pôr em relevo a virgindade de Maria. E conta que, tendo chegado a Belém, José procurou um sítio para ela dar à luz. Viu um estábulo solitário e estabeleceu-se lá. E foi em busca de uma parteira. Segundo o Evangelho do Pseudo- Mateus, nº 14, o nascimento de Jesus numa gruta contou com a presença do boi e do burro. É desse texto que provém a tradição cristã de os colocar no presépio. 

O nascimento terá ocorrido, efetivamente, no ano 6 ou 7 a.C. O início da era cristã, fixado por Dionísio, o Exíguo (c. sécs. VVI), foi mal calculado, pois o rei Herodes morreu no ano 4 a.C. Com São Leão Magno, o Papa do concílio de Calcedônia, deu-se a essa solenidade o fundamento teológico, definindo-a como "sacramentum nativitatis Christi" para indicar seu valor salvífico. 

Na piedade popular, o Natal goza de grande popularidade, por focar Jesus Menino no ambiente familiar. São tradições ligadas ao Advento a coroa de ramos com quatro velas que se vão acendendo sucessivamente nos quatro Domingos deste tempo; a novena do Natal, que se deve enquadrar no espírito dos dias 17 a 24, em que, nas Vésperas, se cantam as antífonas maiores ou do "Ó"; e a preparação próxima do Natal. 

Com o Natal inauguram-se o presépio e a árvore do Natal armados nas igrejas, casas, destaques  de estabelecimentos e até nos largos das povoações. O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco, por todo o país e no mundo, modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado.



Ecclesia 
Escola de Formação Shalom

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário!

Blog Shalom - Carmadélio

Noticias - Mundo

Publicidade e divulgação

Tempos Litúrgicos e festas

Tempos Litúrgicos e festas

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Canção Nova FM

Labels

namoro Bento XVI juventude amor amar Sexo Deus JMJ 2008 Formação Vídeo Amizade Jovens evangelizar internet Eleições InFORMAÇÃO Notícias Partilha Pessoal Santos oração relacionamentos Amizade com Deus Clipe Jovem Quaresma Radicais castidade mulher sexualidade Bíblia Eucaristia Homossexualidade Igreja JMJ 2011 Jesus Paz Pornografia Rádio Radical felicidade ficar homem homossexualismo namorar pecado radical santidade vontade de Deus voz de Deus Ano novo Beato João Paulo II Comportamento Cristãos Curiosidade Espírito Santo Futuro Missionariedade Novidades do Blog Palestras em Vídeo Páscoa Reflexão Relacionamento com Deus Rezar Vocação amigos ato sexual chamado chat coração desânimo dicas erótico jejum limites matrimônio música ouvir paixão reconciliação saudade sentido ser católico tecnologia testemunho vontade 1 ano 1º de Janeiro de 2011 AIDS Advento Alegria Arte Bate-papo Beatos Blogueiros Confissão Cristo Decepção Dependência Dia dos Namorados Divirta-se Drogas Encíclica Evangelho Evangelho em Cordel Feliz Natal Guias Humor Jornada Liturgia Maria Mensagem Mensagem de Páscoa Mentira Moysés Azevedo Natal Natal 2008 Nome Onomástico Para saber Perdoar Prof. Felipe Aquino Práticas de Jejum Razão Religiosidade Revolução Jesus 2011 Rosa de Saron Sacramento Santa Teresa de Jesus Santa Teresinha Semana Santa Sempre Jovem Velhice Futuo Solidão Tempo Tempo Litírgico Tentação Tríduo Pascal Verdade Virgindade aba afetividade anel de compromisso anunciadores apego aprender atual beleza bendizer camisinha celebração celular construir derrota diferente encontro entender erros escolha espaço eterno história homilia inimigo livre memória missão moda mudança ouvidos palavras pecados capitais pessoas preconceito preservativos promiscuidade próximo pureza quem sou eu radicalidade evangélica reconhecimento de si reportagem rock santificar sensualidade silêncio sofrimento talentos temor transar valor valores vencer virtude vitória