quinta-feira, 17 de abril de 2008

E quando não ouço a voz de Deus?

Para respondermos a essa pergunta vamos seguir os passos daqueles que foram exímios ouvintes da voz de Deus: os profetas bíblicos, pois os entendemos como aqueles que por excelência estavam em contato direto com o Senhor. Para ilustrar essa experiência vejamos a história do profeta Elias. Ao lermos os relatos sobre esse grande homem de Deus não temos dúvidas de que foi um grande profeta. Realizou grandes feitos: pela sua palavra não choveu em Israel; os corvos lhe serviam pão e carne enquanto estava em fuga; multiplicou a farinha e o azeite na casa da viúva de Serepta; ressuscitou o filho dessa mesma viúva; desafiou os 450 profetas de Baal pedindo fogo do céu para queimar o holocausto oferecido a Javé, entre outros.

Mas, um belo dia, Deus o mandou sair da gruta em que estava escondido porque o Senhor passaria diante dele. Diz-nos o Livro de Reis que um grande e impetuoso furação fendia as montanhas e quebrava os rochedos, mas Deus não estava no furação. Depois disso houve um terremoto, mas o Senhor também não estava nesse fenômeno; a seguir, houve um fogo, mas Ele também não estava nele [fogo] (cf. I Reis 19, 9-13). Foi então que veio o ruído de uma brisa leve e Deus estava naquele som! Elias chegou a cobrir o rosto com o seu manto, tamanha a presença de Deus naquele pequeno ruído.


Da mesma maneira costuma acontecer conosco. Ficamos esperando que o Senhor nos fale por intermédio de situações grandiosas e fantásticas. Muitos de nós nos acostumamos, inclusive, a ouvi-Lo somente “nos furacões” dos grandes encontros e retiros, no “fogo” da empolgação do nosso primeiro encontro pessoal com Ele, no “terremoto” desse ou daquele dia no qual tivemos uma experiência sobrenatural...

Ouvir a Deus nessas ocasiões é importante, mas não suficiente. Precisamos fazer como nos ensinou nosso querido padre Léo: Rezar a vida! E assim, entender que Deus nos fala a todo instante e das mais variadas formas.

São Bento já ensinava isso ao colocar como fio condutor da regra de vida dos beneditinos o par: “Ore e Labore” (oração e trabalho). Para ele a experiência de ouvir a voz de Deus acontece, cotidianamente, nas realidades mais ordinárias da nossa vida.

No trabalho, ou seja, nas situações do dia-a-dia, Deus nos fala. Fala-nos por meio de um gesto amigo, de um sorriso, de um encontro inesperado; por meio do cansaço de um dia puxado de trabalho, de um abraço, de um telefonema, de um carinho, de uma chuva que cai, de uma música que traz boas lembranças, de um e-mail, de uma cena que presenciamos...

E de forma mais clara ainda, o Senhor nos fala nos nossos momentos de oração. Mas também dou ênfase às ocasiões cotidianas de encontros com o Senhor, pois não é sempre que participamos de encontros, acampamentos ou retiros. Sendo assim, precisamos ter práticas de oração que nos levem a encontrar e a ouvir a Deus diariamente.

E ainda que nosso corpo não nos impulsione à oração, pois nem sempre dispomos de entusiasmo para a oração espontânea, podemos, ao participar da Santa Missa, ao recitar o rosário ou o terço, ao meditar a Palavra, ao rezar o salmo do dia, entre outros, mantermos uma disciplina de oração que nos coloque em contato direto com o Senhor – mesmo que o corpo, os sentimentos e a cabeça não estejam dispostos a isso, pois essas e outras práticas diárias, por muitos consideradas mecânicas, têm a facilidade de nos levar à oração também quando não temos vontade de rezar.

Por isso, não fique dependente de ouvir a Deus através do “furacão”, do “terremoto” ou do “fogo”. Escute a doce voz do Senhor que se apresenta num pequeno ruído de uma simples brisa. A brisa suave que cotidianamente vem a nós. A brisa suave que nos transmite a voz de Deus no dia-a-dia do trabalho e da oração.

Denis Duarte

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